segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Viver é Cristo, Morrer é Ganho

"VIVER É CRISTO; MORRER É GANHO"
Padre Everton Vicente de Barros-CCPV

"Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã a morte corporal, à qual nenhum homem vivo pode escapar. Ai daqueles que morrem em pecado mortal: Bem-aventurados os que ela encontrar a cumprir as tuas santíssimas vontades, porque a segunda morte não lhes fará mal".(São Francisco de Assis, Cântico das criaturas)


Tal retorno para Deus, não é um desejo apenas do Criador, mas constitui também o maior anelo do ser humano, ainda que este não o reconheça como tal ou o despreze por não entendê-lo. Lemos na sabedoria de Israel que nos transmitiu o tesouro de suas belas orações um canto que mostra este premente desejo de Deus quando canta "Assim como a corça suspira pelas águas correntes, suspira igualmente minha alma por vós, ó meu Deus! Minha alma tem sede de Deus e deseja o Deus vivo. Quando terei a alegria de ver a face de Deus" (Sl 41, 2-3). Ao que podemos ouvir responder o anjo que acompanha São João em sua visão do céu no Apocalipse, falando dos que são salvos pelo Cordeiro: "Verão a sua face e o seu nome estará sobre suas frontes" (Ap 22, 4). Tal visão identifica-se com o maior de todos os desejos que o homem pode cultivar em sua alma, tornando qualquer realidade, ainda que dolorosa, algo perfeitamente superável, desde que se consiga chegar a esta felicidade sem limites que é contemplar a Deus no céu. "Quero ver a Deus, e para vê-lo é preciso morrer" (Santa Teresa de Jesus, Poesia l)

Poucas realidades fazem parte da vida quanto a morte. Esta constitui uma das maiores certezas da existência humana, ponto final das experiências vividas nesta terra e última realidade corporal vivenciada pelos homens. Diz Santo Afonso de Ligório: "Vê como corre o regato para o mar; suas águas não retrocedem; assim, meu irmão, passam teus dias e cada vez mais te acercas da morte" (Preparação para a morte, 3). Muitos podem ter a pretenção de uma vida longa e sem limites, mas ninguém pode negar o fato de que a vida tem como consequência a morte. Diante de tal realidade da qual não se pode fingir a inexistência, a doutrina da Igreja, moldada pela Revelação em Cristo e pela luz irradiada pela Sagrada Escritura, conforta os corações dos fiéis e os estimula a viver esta vida de forma grandiosa, compreendendo sua finitude mas dando-lhe a fortaleza que o tesouro da fé pode conferir. Ensina-nos o Catecismo da Igreja Católica "Na morte, Deus chama o homem a Si. É por isso que o cristão pode experimentar, em relação à morte, um desejo semelhante ao de S. Paulo: 'Desejaria partir e estar com Cristo' (Fl 1, 23). E pode transformar a sua própria morte num ato de obediência e amor para com o Pai, a exemplo de Cristo" (§1011). Vista desta maneira, a morte corporal não se torna mais um desfeicho cruel e triste da vida humana mas a maior e mais importante de todas as jornadas, aquela que conduz o homem criado à imagem e semelhança de Deus ao seio de seu Criador para contempla-lo face a face por toda a eternidade.
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