segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Formação Sobre à Santa Cruz

A Santa Cruz, Devoção.

A serpente de bronze lá no antigo testamento, era figura de Cristo na Cruz; quem o olha obtém a salvação. Assim o diz Jesus no diálogo mantido com Nicodemos: Como Moisés levantou no deserto a serpente, assim também importa que o Filho do homem seja levantado, a fim de que todo o que crê nele não pereça, mas tenha a vida eterna. Desde então, o caminho da santidade passa pela Cruz, e ganham sentido todas essas realidades que tanto precisam dele, como são a doença, a dor, as aflições econômicas, o fracasso..., a mortificação voluntária. Mais ainda: Deus abençoa com a Cruz quando quer conceder grandes bens a um dos seus filhos, a quem trata então com particular predileção.
Não são poucos os que fogem em debandada da Cruz de Cristo, e se afastam da verdadeira alegria, da eficácia sobrenatural, da própria santidade; fogem de Cristo. Levemo-la nós sem rebeldia, sem queixas, com amor.
“Estás sofrendo uma grande tribulação? Encontras oposição? – Diz, muito devagar, como que saboreando, esta oração forte e viril:
«Faça-se, cumpra-se, seja louvada e eternamente glorificada a justíssima e amabilíssima Vontade de Deus sobre todas as coisas. – Assim seja. Assim seja».
“Eu te garanto que alcançarás a paz”.
III. CRUZ FIEL, tu és a mais nobre de todas as árvores; nenhuma outra pode comparar-se a ti em folhas, em flor, em fruto10.
O amor à Cruz produz abundantes frutos na alma. Em primeiro lugar, leva-nos a descobrir Jesus, que sai ao nosso encontro e carrega sobre os seus ombros a parte mais pesada da contradição. A nossa dor, associada à do Mestre, deixa de ser o mal que entristece e arruína, e converte-se em meio de íntima união com Deus. “Se sofres, submerge a tua dor na dele: diz a tua Missa. Mas se o mundo não compreende estas coisas, não te perturbes; basta que te compreendam Jesus, Maria, os santos. Vive com eles e deixa que o teu sangue corra em benefício da humanidade: como Ele!”11
A Cruz de cada dia é uma grande oportunidade de purificação, de desprendimento, de aumento de glória12. São Paulo ensina com freqüência que as tribulações são sempre breves e suportáveis, e que o prêmio desses sofrimentos acolhidos por amor a Cristo é imenso e eterno. Por isso o Apóstolo alegrava-se nas tribulações, gloriava-se nelas e considerava-se feliz de poder uni-las às de Cristo Jesus e assim completar a Sua paixão para bem da Igreja e das almas13.
A única dor verdadeira é afastar-se de Cristo. Os outros padecimentos são passageiros e convertem-se em alegria e paz. “Não é verdade que, mal deixas de ter medo à Cruz, a isso que a gente chama de Cruz, quando pões a tua vontade em aceitar a vontade divina, és feliz, e passam todas as preocupações, os sofrimentos físicos ou morais?
“É verdadeiramente suave e amável a Cruz de Jesus. Não contam aí as penas: só a alegria de nos sabermos corredentores com Ele”14.
O trato e a amizade com o Mestre ensinam-nos, por outro lado, a ver e a enfrentar as dificuldades que se apresentam com um espírito jovem e decidido, sem nenhum assomo de tristeza ou de queixa. À semelhança dos santos, encararemos as contrariedades como um estímulo, como um obstáculo que é preciso transpor neste combate que é a vida. Essa disposição de ânimo alegre e otimista, mesmo nos momentos difíceis, não é fruto do temperamento ou da idade: nasce de uma profunda vida interior, da consciência sempre presente da nossa filiação divina. É uma atitude serena, que cria em todas as circunstâncias um bom ambiente à nossa volta – na família, no trabalho, com os amigos... – e constitui uma grande arma para aproximarmos os outros de Deus.
Terminamos a nossa oração junto de Nossa Senhora.
“«Cor Mariae perdolentis, miserere nobis!» – invoca o Coração de Santa Maria, com ânimo e decisão de te unires à sua dor, em reparação pelos teus pecados e pelos de todos os homens de todos os tempos.
“E pede-lhe – para cada alma – que essa sua dor aumente em nós a aversão ao pecado, e que saibamos amar, como expiação, as contrariedades físicas ou morais de cada jornada”

Nenhum comentário:

Postar um comentário