O Sábado de Nossa Senhora
“O Sábado Santo é o dia em que a Igreja contempla o “repouso” de Cristo no túmulo depois do combate da cruz. Neste dia, a Igreja, mais uma vez, se identifica com Maria. Na escuridão que envolve a criação, Ela permanece só a manter a chama da fé acesa, esperando contra toda a esperança na Ressurreição de Cristo.” (Papa Francisco, 01 de abril de 2015)
O Sábado Santo intermedeia a Sexta-feira da Paixão e o Domingo da Páscoa, isto é, se situa entre os dias da Morte e da Ressurreição de Jesus. Tal ocasião foi vivenciada por Maria com esperançosa expectativa: ela permaneceu confiante mantendo viva no coração a chama da fé na Ressurreição, acreditando que Aquele que morreu na Cruz e foi sepultado não permaneceria na morte.No santuário de Lourdes, na França, o caminho doloroso de Jesus (Via-Sacra) apresenta uma estação a mais do que as habituais: Maria em oração diante do túmulo do Senhor (na estação seguinte, Jesus ressuscita). Com sua presença, a Sexta-feira do sofrimento se transforma em sábado de esperança. A Virgem nos ensina a crer e a esperar, assim, não apenas o Sábado Santo, mas todos os sábados são dedicados a ela. (O Mensageiro de Sto. Antonio, ano 51, nº4)
Sábado, Dia de Nossa Senhora
Rita de Sá Freire
Segundo a tradição, a Igreja tem por costume dedicar o Sábado a Nossa Senhora pelo fato de ter sido no primeiro Sábado Santo que Ela viveu sem ter Jesus vivo. Esse dia foi considerado o Sábado da solidão, do deserto, da morte e do luto. Foi o dia em que Maria Santíssima chorou e sofreu pela ausência de seu Filho. Podemos pensar que foi no sábado que precedeu a Ressurreição de Jesus que a Virgem Maria viveu o mistério da dor, profetizado por Simeão:“Uma espada de dor transpassará tua alma (Lc.2,35). Entretanto, Ela manteve-se firme na fé, com esperança inabalável em seu Doloroso e Imaculado Coração, aguardando a Ressurreição d’Ele. De acordo com a Exortação Apostólica Marialis cultus sobre o Culto da Virgem Santíssima na Liturgia:
“9. Não se deve esquecer, por outro lado, que o Calendário romano geral não registra todas as celebrações de conteúdo mariano: é aos Calendários particulares que compete recolher, com fidelidade as normas litúrgicas mas também com cordial adesão, as festas marianas próprias das diversas Igrejas locais. E falta ainda acenar à possibilidade de uma comemoração litúrgica frequente da Virgem Santíssima, mediante o recurso à memória de Santa Maria “in Sabbato”: memória antiga e discreta, que a flexibilidade do Calendário atual e a multiplicidade de formulários do Missal tornam extremamente fácil e variada.”
Com o passar do tempo, muitos fiéis passaram a celebrar o dia de sábado com muitos atos de piedade cristã, em honra da Virgem Santíssima, tais como: recitando as “Mil Ave-Marias”, rezando o terço em família e o Ofício da Imaculada Conceição, indo à Missa, recebendo a Eucaristia, realizando
obras de amor ao próximo.
Nas aparições de 13 de junho e 13 de julho de 1917, Nossa Senhora de Fátima, chamou a atenção de Lúcia para o costume de dedicar os sábados em Sua honra e rezar o terço em reparação:
“Jesus quer estabelecer no mundo a devoção do meu Imaculado Coração”. Depois os três pastorzinhos viram Nossa Senhora tendo em sua mão direita um coração cercado de espinhos. Compreenderam que era o Coração Imaculado de Maria, ultrajado pelos pecados da humanidade, que pedia reparação.
“Se fizerem o que vou vos dizer, muitas almas serão salvas e haverá paz. [...] Voltarei para pedir a consagração da Rússia ao meu Coração Imaculado e a devoção reparadora dos primeiros sábados (do mês).”
Honrar Nossa Senhora especialmente nos sábados vem nos recordar que a Mãe de Deus quer nos apontar a direção de seu Filho que é o Senhor dos nossos dias e todos os outros dias da semana.
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