sexta-feira, 7 de abril de 2017

Silêncio arma contra o pecado

Por: Edson Ferreira
Santa Faustina em seu diário escreve “Deus não se comunica a uma alma tagarela”.

O silêncio que é muito usado pelos monges e freiras como métodos de pureza do coração, e de limpeza dos sentimentos interiores. Muitos de nós não pensamos na virtude do silêncio como uma tremenda arma contra o pecado, “ele serve para evitar os muitos pecados que todos os dias nós cometemos”(As Exigências do Silêncio).

Ao se fazer silencio evitamos estar continuamente em pecado, segundo Anselm Grüm em seu livro As Exigências do Silêncio (que usarei como base), “logo que se abre a boca já se corre o risco de pecar.”  muitos patriarcas já falaram sobre a prática do silêncio contra o pecado como o Patriarca Sísoes que disse: “Eis que já se passaram trinta anos que não rezo a Deus por causa de um pecado, mas por isso eu rezo: Senhor Jesus, protegei-me contra minha língua – e no entanto eu ainda peco e caio diariamente pela língua”(Apo 808). Devemos lutar sempre contra o pecado, ter a inspiração nos santos que viveram para fazer a vontade de Deus e que usaram do silêncio para se saírem vencedores nessa luta. Muitas vezes caímos pela boca e como diz o ditado “o peixe morre pela boca”, nós também “morremos” pela boca quando abrimos ela e pecamos pela nossa língua, o Padre  H. Nouwen um psicólogo holandês disse: “parece-me ser quase impossível falar sem ao mesmo tempo pecar”.
Existem vários perigos quando falamos, como a curiosidade, o julgar os outros, a vaidade. 
O primeiro desses perigos é a curiosidade e ela nos leva a distração, “a pessoa distraída ocupa-se com todas as coisas. É vazia e superficial. O pensamento de Deus não pode permanecer nela”.(A.E.S.). Quando estamos distraídos não nos fixamos em nada, muito menos em Deus, e Ele não permanece conosco, quando não conseguimos guardar nada para nós mesmos temos a necessidade de falar e expor tudo a respeito do que estamos vivemos e causamos a curiosidade nas demais pessoas, e temos a curiosidade de saber o que elas estão pensando.
O segundo perigo é o julgar os outros, quando falamos podemos observar que a maior parte do que sai de nossa boca é sobre o outro, estamos sempre falando dos outros por que eles são interessantes e nos dão muitos assuntos para as conversas em grupos, “mesmo quando queremos falar sobre os outros positivamente, nós sempre nos surpreendemos julgando, classificando, ou então nos comparando a eles”(A.E.S.).
O terceiro perigo é a vaidade, uma pessoa que fala muito ou “fala pelos cotovelos” está sempre buscando ser o centro das atenções, tentando atrair para si os holofotes, São João Clímaco fala que “a tagarelice é o trono da vanglória, onde ela senta-se em juízo sobre si mesma e toca o trombone sobre si para o mundo inteiro.” quem está no centro das atenções está com “bastante frequência esperando para ser reconhecido, ou mesmo admirado”(A.E.S.), a vaidade é um grande mal hoje dia no meio Católico, pois muitos músicos, pregadores, anunciadores, usam seus dons em busca de fãs e se envaidecem por serem famosos, deixam o principal de lado que é as almas das inúmeras pessoas que os ouvem, que devem ser atraídas para Deus.
O silêncio é uma forma de encontrar-se consigo mesmo, se pararmos para pensar nos surpreenderíamos de como nós fugimos de nós mesmos e de como não gostamos de ficar só. Sempre procuramos algo para fazer, atrás de uma distração como a internet, as redes sociais a televisão, esses meios oferecem a possibilidade de se evitar o encontro consigo mesmo.
É no silencia que eu me forço a ao menos uma vez ficar comigo mesmo. “Quem quer que tente isto há de descobrir que de início não é de nada agradável. Aparecem ideias e sentimentos de toda espécie, emoções e estados de ânimo, medos e relutâncias.[...]Muitas vezes os primeiros momentos de silêncio nos revelam nossa confusão interior, o caos de nossos pensamentos e desejos”.(A.E.S.).
Enfim, vimos brevemente a importância do silencio na luta diária contra o pecado, busquemos sempre nos calar e viver essa importante virtude. Silenciar, ouvir a Deus, assim chegaremos perto da glória eterna. 

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